quinta-feira, novembro 30, 2006

Máscaras


Cada vez que ponho uma máscara para esconder minha realidade, fingindo ser o que não sou, faço-o para atrair o outro e logo descubro que só atraio a outros mascarados distanciando-me dos outros devido a um estorvo:
- A máscara.

Faço-o para evitar que os outros vejam minhas debilidades e logo descubro que, ao não verem minha humanidade, os outros não podem me querer pelo que sou, senão pela máscara.

Faço-o para preservar minhas amizades e logo descubro que, quando perco um amigo, por ter sido autêntico, realmente não era meu amigo, e, sim, da máscara.

Faço-o para evitar ofender alguém e ser diplomático e logo descubro que aquilo que mais ofende às pessoas, das quais quero ser mais íntimo, é a máscara.

Faço-o convencido de que é melhor que posso fazer para ser amado e logo descubro o triste paradoxo; o que mais desejo obter com minhas máscaras é, precisamente, o que não consigo com elas.

Algo interessante para pensarmos...quantos vezes
colocamos uma mascara com sorrisos, com mais ternura
porque naquele momento tinha que ser assim. Ou ao contrario... como seriamos com, ou sem as mascaras
do dia...


sexta-feira, novembro 24, 2006

AINDA MAIOR ENTREVISTA


sexta-feira, novembro 17, 2006

EM SINTONIA


quinta-feira, novembro 16, 2006

AS COISAS SAO PARA SE FAZER NO SEU DEVIDO TEMPO...



quinta-feira, novembro 09, 2006

A HISTÓRIA, OU AS PALAVRAS


Ensinavam-me e eu aprendia:
"O homo faber;o homo sapiens;o homem é um animal racional; os homens descobriram o fogo; os homens da pré-história; o homem é um animal religioso; os patriarcas; deus é pai; os faraós; o homem é um animal social; os filósofos gregos; os imperadores romanos; as eternas aspirações do homem; os guerreiros; os cavaleiros; os soldados; os marinheiros; os descobridores; os aventureiros; o homem da renascença; o homem tem sede de conhecimento; os físicos; os matemáticos; os homens lutam pela sua liberdade; os homens fazem o progresso técnico; os homens do governo; a declaração dos direitos do homem; os homens da imprensa; os homens lutam pelo poder; a exploração do homem pelo homem; milhões de homens morreram na guerra; os homens de boa vontade; a arte é uma necessidade do homem; o homem face à naturesa..."

Um dia perguntei:
-ONDE ESTÃO AS MULHERES?

Esplicaram-me primeiro que as mulheres têm ficado quase sempre em casa, fazendo filhos e tricot; explicaram-me depois, com a grande paciência com que sempre fui tratada, que, quando se dizia homem, as palavras deviam ser vistas com maiúsculas, Homem, e se pretendia com isso significar "ser humano", e todas as importantes coisas com ele relacionadas.
-Mas porque ficaram as mulheres em casa? E porque desaparecem elas nesa sombra linguística?- perguntei várias vezes, sem que me dessem resposta.

Noutro dia, ou mais precisamente, numa tarde de sol da minha adolescência meditativa, es crevi um poema:
"Eu quereria conquistar palavras..."
Seguiam-se os vários fins e peopósitos que eu destinava às palavras que eventualmente conquistasse.
Só muito mais tarde me apareceu a estranheza da forma condicional do poema. Não me passara pela cabeça diser "eu quero...". Tão longínquas me pareciam as possibilidades de acção de escolha que eu remetia a minha vontade para a expressão de um desvaneio.
Crescida, adulta, meu filho, pequeno, perguntou-me:
-Mãe, é verdade que são os homens que fazem tudo?
A História está nos livros; mas a história das mulheres é só decifrável ao longo de cada vida.

Maria Isabel Barreno,O Espaço do silêncio, 1.ª ed., Moraes Ed., 1979

sexta-feira, novembro 03, 2006

ATENÇÃO COM QUEM FALAM NA NET.....